Deserto da Solidão
Desenho: Carlos Alberto Gossel Pereira
Por: Carlos Alberto Gossel Pereira
Perdido em um deserto tão quente e árido
Somente sinto em meu corpo o vento passando ao lado
O sol ardente em mim ofuscando o meu olhar
Deixando-me cego, sem nada a avistar
A sede em minha boca me faz delirar
O calor que me sufoca a quase desmaiar
Com o joelho na areia parece uma desgraça
Meu corpo desmanchando, minha pele toda pálida.
As nuvens do deserto ficam a me admirar
Nem chuva de amor não querem despejar
Não ligam para mim, nem veem meu sofrer
Já estou quase morrendo de sede por você
O céu já me esqueceu, cor azul-de-anil
Igual manto no ar me deixando um vazio,
E voam lindos pássaros a deslizar pelo ar
Lentamente se afastam e apáticos a pairar.
Deserto de emoções, sem alegria,
Na ilusão está o que em mim doía
É a sua falta que sinto em meu viver
Amor não compreendido, sem corresponder,
Saio do real e tento encontrar a ilusão,
Razão para esquecer, esquecer minha paixão,
Nem a natureza que tão bela Deus criou
Não pode me ajudar e nem traz o teu amor.
Vem para os meus braços, eu quero te amar,
A vida é um deserto por que aqui você não está,
É pura decadência meu estado de solidão
Sozinho nesse espaço, morrendo de paixão,
Vem comigo e do deserto vem me salvar,
Você é meu oásis, seus beijos meu maná,
No final do horizonte, eu sei, vou te encontrar
Você eterno amor e para sempre te adorar.
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